quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Missão árdua, mas gratificante

  
           Começo esse texto com a belíssima frase de Paulo Freire "É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática".
         Para que de fato isso aconteça, no ambiente escolar, é preciso que mudanças aconteçam, como a relação professor-aluno, procurando meios interacionais e  a descentralização dos saberes. Além disso, precisa-se melhorar a Escola, dando a ela a oportunidade de promover um ensino que, de fato, direcione o aluno a ser um indivíduo pensante e um verdadeiro cidadão, já que essa é a obrigação de todos os envolvidos nesse processo.
        Como não consigo ser indiferente a essas questões, sinto-me frustrada diante da realidade das nossas escolas. Sou totalmente a favor do uso das Novas tecnologias dentro da escola. Sempre procurei inovar nas minhas aulas, buscando o novo, o diferente, mas me esbarro exatamente como a maioria dos meus colegas diante de uma escola ultrapassada, sem condições adequadas de ensino, muito menos com equipamentos suficientes para o uso de todos os docentes e discentes.  Contamos apenas com um aparelho de TV (instalado pelo governo do estado) já com defeito por falta de manutenção. 
          Nesse período de férias, estamos vivendo momentos de muitas discussões proporcionadas pelo curso Atualização de Atividades Pedagógicas. As leituras dos módulos estão sendo muito ricas e as sugestões de atividades dos nossos colegas, de grande contribuição. Mas, infelizmente, retornaremos para as escolas e vamos nos deparar com a triste realidade que se encontra a educação. E a quem recorrer? Infelizmente não temos a quem, pois o professor quase nunca é atendido nas suas necessidades e reivindicações.
           Só nos resta estudar outras possibilidades de comunicação com os alunos. É muito importante que os professores tenham acesso a cursos de capacitação de qualidade. Mas é preciso que os órgãos competentes reconheçam que há necessidade de se criar mecanismos de motivação.
         Como já foi dito, as dificuldades são grandes, mas não devemos nos acomodar, pois os recursos tecnológicos se fazem presentes no nosso meio. A escola precisa acompanhar esta evolução para não ficar no meio do caminho, oferecendo estes recursos para que o ambiente escolar seja mais prazeroso. 
            Da mesma forma que a semente e o semeador estão para a educação e o processo educativo, assim são os galos e seus gritos,  como disse o nosso poeta João Cabral de Melo Neto:
                                                                      
Tecendo a manhã
 
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
                                     João Cabral de Melo Neto 
http://leaoramos.blogspot.com.br/2006/11/um-galo-sozinho-no-tece-uma-manhnos.html
        

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